Se perguntarem por mim...

Se perguntarem por mim...

Diga que eu resolvi procurar a beleza que existe ao redor de mim...

As flores colorindo o ambiente, o vento balançando as folhas, o sol iluminando a todos nós, o céu azul... De enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte de minha vida...

Diga que eu resolvi me divertir mais...

Fui levar meu cachorro no parque para vê-lo correndo livre e solto, ver a alegria no rosto das crianças que brincam entre si, ver a felicidade dos casais enamorados em suas admiráveis expressões de apreço...

Diga que resolvi aprender mais...

Aprender que um sorriso não faz mal a ninguém, que estar vivo é uma dádiva divina, que problemas só aparecem para nos fazer crescer...

Diga que resolvi entender...

Que existem conceitos, preceitos e pré-conceitos e que todos são nocivos para mim qdo eu não os utilizo corretamente... Que minha zona de conforto pode mudar um pouco e é isso que faz com que eu sinta certo desequilíbrio em alguns momentos... Que tomar uma porrada não é o fim do mundo...

Diga que descobri que as coisas mudam...

Padrões de vida mudam... Modos de vida mudam... Pessoas a minha volta mudam... Enfim há mudanças e nem sempre estou preparada para elas...

Diga que compreendi que...

Minhas escolhas são só minhas... As consequências dessas escolhas são apenas minhas também... Para viver a vida não há como não escolher... Quem não escolhe não vive...

Diga que descobri que...

Eu tenho direito a ser feliz... Pessoas gostam de mim e pessoas não gostam de mim... Eu não posso agradar a todos...

Diga que não me interessa...

Saber se eu estou agradando aos outros, tenho que agradar a mim primeiro... Saber como eu ganho a vida, me interessa sim saber que vivo dignamente... Saber a minha idade cronológica, interessa sim como meu coração ama... Não me interessa a história que eu conto, importa as ações que eu tenho...

Diga que eu queria descobrir...

O que mais desejo e se ouso sonhar em satisfazer os anseios do meu coração... Se eu correria o risco de parecer tola por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar viva...

Diga que eu queria saber...

Se eu já foi até o fundo de minha própria tristeza... Se consigo conviver com a dor, a minha ou a do outro, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la... Se sou capaz de desapontar o outro para se manter-me fiel a mim mesmo...

Diga que eu queria entender o porque...

As traições da vida me enriqueceram ou se me retraíram e se me fechei, com medo de mais dor.... Nos advertem que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana, somos humanos magicamente passíveis a errar...

Diga que descobri que...

Sou capaz de suportar uma acusação de traição e não trair minha própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança... Vou permanecer no centro do fogo sem recuar... O que me sustenta, no meu íntimo, quando tudo mais desmorona...

Diga que sou capaz de...

Ficar só comigo mesmo, e que nos momentos vazios realmente gosto da minha companhia... Procurar o que há de bom no fundo das almas, aceitando-as como se mostram, aceitando as almas que procuram a minha... Ser feliz, lembrando-me dia a dia que ninguém é de ninguém...

Diga que fui por aí...

Diga que fui viver...