sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Vida...

Estive pensando que nem sempre é tão complicado levar a vida...
Muitas vezes ela pode ser tão simples...
Porque eu complico ela tanto???
Acho que realmente eu deveria ver as coisas com mais simplicidade...
Mas devo confessar que é essa minha inconformação com a vida e com as coisas em geral que me movem a ainda fazer algo...
Eu efetivamente estou sem estimulo nenhum, para coisa nenhuma...
TPM... Stress...
Tudo junto, não há mulher que aguente, mas sei lá eu acho que devo aguentar sim...
Eu quero tanta coisa e ao mesmo tempo em queria que tudo fosse muito mais fácil...
Seja como for, talvez eu ainda consiga enxergar as coisas de um modo bem mais simples...
De qualquer jeito, concordo com Ana Kessler
ALGO A PENSAR SERIAMENTE...

Por Ana Kessler

São 7 horas da manhã. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou TÃO acabada, não queria ter que trabalhar hoje.

Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando, até.

Se tivesse filhos, gastaria a manhã inteira brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro. Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro pra funcionar.

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas, que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas vovozinhas.
Elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus. A vida era um grande curso de artesanato, economia doméstica, medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma fulaninha qualquer, que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço!!!". Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir e se exibir para os amigos... que
raio de direitos requerer?

Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda. Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se duvidar, nem vôlei. Por quê, me digam por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso!Tava na cara que isso não ia dar certo.

Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com o meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo os problemas da empresa.

Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados e especializações.

Viramos supermulheres, continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? Ou fazendo gostosos quitutes à beira do fogão?

Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela - ai, meu Deus, já são 7h30, tenho que levantar!E tem mais, que chegue do trabalho, depois de um dia estafante, sente no sofá, coloque os pés para cima e diga: "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?" Descobri que nasci pra servir. Cês pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério, meu! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia!!!